Tenho descoberto, através de muitos exemplos reais, de muita leitura e introspecção o que os nossos filhos mais querem durante a infância. É algo que todos os pais podem dar (ou deveriam) e embora lhes possa sair "caro", é um investimento que rende a longo prazo.
O que todos os nossos filhos desejam de nós, alguns mais ardentemente outros mais dissimuladamente, é a NOSSA ATENÇÃO.
Não é o nosso tempo (pois posso estar com a minha filha e não lhe ligar nenhuma).
Não é algo que lhe possa comprar numa loja (se bem que ela também já pede algumas coisas).
Não é algo que possa fazer com que outras pessoas lhe dêem (se bem que na maior parte das vezes somos substituídos por muito ou pouco tempo por outros cuidadores, alguns bem competentes, para conseguirmos descansar ou fazer alguma tarefa).
Mas relevando as nossas incapacidades e defeitos, as nossas crianças querem é estar connosco, querem falar connosco, querem brincar connosco, querem imitar-nos, querem mostrar o que já sabem fazer, em suma, querem partilhar todo o tipo de emoções connosco.
Privá-las de tal pode ser uma roleta russa: às vezes resume-se a um mero afastamento (que se tem que trabalhar em dobro ou triplo para ultrapassar), mas pode mesmo chegar a inflingir dor física e subconscientemente levantar as seguintes questões:
- porque não estão comigo?
- será que não sou suficientemente bom?
- será que fiz algo de errado?
E com isto podem surgir comportamentos excessivos: ausência de iniciativa ou reacção, ou o oposto, reacções desconexas e hiperactividade: pedidos desesperados de atenção.
Estar com eles dá trabalho. Levá-los a algum lado implica um esforço extra, e por vezes ajuda extra. Mas compensa, a sério.
Estejam com as vossas crianças enquanto podem. Eu certamente vou tentar.
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