terça-feira, 3 de agosto de 2021

Estou grávida... de gémeos! e agora?

Foi o que pensei no dia 21 de Janeiro de 2014...

No dia em que fazia 6 semanas de gravidez, uma gravidez muitíssimo desejada após 2 perdas gestacionais (ambas detectadas nas ecografias das 12 semanas, quando geralmente as grávidas respiram de alívio...)
Tinha feito análises - de resultado ambíguo -, tinha feito exame patológico ao 2º bébé (desculpem, não lhes chamo fetos, porque para mim já eram os meus bébés). Não havia explicação. E agora isto, sem antecedentes familiares conhecidos de ambos os lados, sem qualquer tratamento de fertilidade... Gémeos!
A primeira reação foi de pura felicidade! Os seus coraçõezinhos piscavam dentro daqueles feijõezinhos no monitor do ecógrafo e eu só me consegui rir à gargalhada. Que peça do destino, tirar-me assim dois bébés de seguida, mas devolver-mos de uma assentada! Depois, o pânico: como iria ser esta gravidez? ainda por cima com os meus antecedentes? conseguiriam sobreviver? um? ambos? como iria ser o parto? como iria amamentar? como as/os iria criar?
Eu que nunca tinha tido nem um irmão ou visto um bébé por mais de uma tarde antes de ter a minha primogénita (que ficou em êxtase quando lhe dissemos que ia ter não um, mas dois bébés!), como iria gerir tudo isso?
E basicamente estes dois parágrafos resumem a minha gravidez: oscilando entre estados de nirvana de alegria e pavor do porvir...
A internet e as consultas médicas também não ajudavam muito. A primeira informação que me apercebi é que "gémeos = ALTO RISCO". Em todo o lado, informação sobre as patologias, sobre os problemas que podem advir de uma gravidez gemelar, para a mãe, para os bebés, etc. Amigas que tinham tido gravidezes gemelares a dizer que corre tudo bem, mas "o médico é que sabe"... a mesma coisa para as trombofilias... a informação é pouca, os estudos escasseiam, e "temos que confiar"... Juntei-me a alguns grupos de mães de gémeos, para tirar dúvidas, partilhar receios... mas encontrava mais conversas sobre o enxoval e o quartinho do que sobre a gravidez em si... E quando havia questões relacionadas, as respostas eram invariavelmente as mesmas: "vai ao hospital ou liga ao teu médico. Ele é que sabe". Não me interpretem mal. Acredito que eles realmente saibam muita coisa, mas torna-se um bocado estranho quando a grávida passa mais tempo a escolher o tom de rosa com que vamos pintar o quarto ou o tipo de renda para as baínhas dos vestidos, do que propriamente a saber o que se passa com o nosso corpo.
A primeira médica que me viu ficou em pânico. Tinha consulta fortuitamente, ao 4º dia de falta da menstruação. Nessa manhã fiz um teste de urina e... deu um positivo fraquinho! nessa altura nem sonhava que eram 2). Depois de lhe ter explicado o meu quadro clínico, ela só me disse: "espero que não me diga agora que está grávida!" (exactamente o que uma recém-grávida nervosa precisa de ouvir, não é?). Mandou-me fazer uma bateria de exames. Alguns valores vieram alterados. Na consulta seguinte falou-me em biópsias e coisas que tais. Entrava sempre na consulta uma grávida alegre e saía de lá a sentir-me uma doente terminal. Às 6 semanas, o Jackpot! Palavras da médica: "um dos fetos está muito perto do colo do útero. Não fique com muitas esperanças porque esse não deve sobreviver". Não fosse eu uma mãe de várias viagens, e teria saído aterrorizada da consulta. A sério? quando é que às 6 semanas, o feto não está perto do colo? ainda mal se implantou... Não sei se era uma técnica dela para eu não criar muita expectativa mas sinceramente fiquei a pensar que os profissionais de saúde deveriam fazer cursos mandatórios de "people skills".
Felizmente que eu às 8 semanas lhe liguei e avisei que ia passar a ser seguida num hospital público, ao que ela aliviada suspirou "Ai ainda bem! Eu ia-lhe recomendar isso mesmo se a gravidez chegasse às 12 semanas". :P
E lá fui eu. Comecei a ser seguida no grupo do Alto Risco, na consulta de gémeos. Logo o nome é intimidante. Alto risco. Risco já nós corremos todos os dias. Mas Alto? E quão alto? Felizmente os profissionais eram muitíssimo mais descontraídos e experientes e dissiparam as minhas dúvidas: nova eco confirmou a gravidez gemelar, ambos muito bem implantados. Análises perfeitamente normais: os valores alterados deviam-se precisamente ao facto de serem gémeas. Só chateava era mesmo o atendimento... numa consulta marcada com semanas e às vezes meses de antecedência, no dia, chegando a horas, esperavam-se longas horas naquelas cadeiras de plástico rígido ou em bancos corridos de madeira. Primeiro para a consulta de enfermagem, e depois para ver a médica. Na altura eram duas, uma mais aberta a novidades que a outra. Perguntava-lhe sobre os valores das análises, sobre os suplementos e as alternativas, trazia-lhe livros e artigos sobre o tema. Elas remetiam para o protocolo. Mas às vezes ficavam muito interessadas no que lhes trazia/dizia.
Depois o tema do parto - e foi aí que se tornou mais interessante - se não nascessem até às 37 semanas, tínhamos que marcar cesariana. E parto natural só se a primeira bebé estivesse de cabeça. E tinha que ser no bloco operatório. E o pai não podia assistir.
COMO???? por momentos pensei que tivesse ouvido mal. Como tinha que ser no bloco? como o pai não pode assistir? É protocolo e... é protocolo. "Já viu se alguma coisa corresse mal?" e "Já viu se os outros pais soubessem e também quisessem entrar?".
Estava-me lixando para os outros pais. Queria o meu marido, o meu acompanhante comigo. E correr mal? por isso é que vim para o hospital... Qual o risco de algo correr mal? a percentagem mesmo. E se algo corresse mal, quanto tempo demoravam a levar-me de um dos quartos de dilatação para o bloco? seria assim tanto tempo?
Cá fora a vida continuava e entre as peripécias da filha e da sua escolinha, o marido adoeceu e ficou internado. Tive que me desdobrar e o meu colo ressentiu-se com isso. Às 32 semanas estava com muitas contrações sem dor (Braxton-Hicks) e um colo curto e a afunilar. Repouso absoluto. Talvez injecções de esteróides para amadurecer os pulmões dos bebés caso chegassem mais cedo.
Portei-me bem e mantive-me quietinha. Depois comecei a ler e a ter acesso a um grupo de maternidade natural de gémeos (internacional) e comecei a ficar mais descansada. Afinal aquele colo não era "curtíssimo"... era só curto. E para parar as contrações, era só manter-me bem hidratada que possivelmente resolvia. Partos pélvicos de gémeos, partos domiciliares, partos em casas de parto, partos em hospital mas numa sala de ambiente acolhedor com todos os acompanhantes que quiséssemos: tudo possível. E eu perguntava-me: então e os riscos? serão todos doidos ou na verdade, estes partos mais raros, e sim, com algum risco acrescido, não são na realidade tão "arriscados" como no-los querem vender?
O que é verdade é que há medidas para minimizar esses riscos, como ter uma equipa experiente, com vários elementos, que apoia e monitoriza a parturiente e os bebés durante o processo. E, na maioria das vezes corre bem. Às vezes lá há uma mamã que precisa de uma cesariana, ou um bebé ou os dois que precisam de ajuda na unidade de cuidados intensivos (mas mais por precaução que por outro motivo), mas de resto é fazível.
O que é preciso é normalizar o raro. As pessoas confundem raro com risco. E isso nem sempre é verdade, e a ser, esse risco nem sempre é grande na proporção que nos querem fazer pensar que é.
Primeiro há que perceber de que tipo de gravidez gemelar se trata: bicoriónica-biamniótica (i.e. placentas e sacos amnióticos independentes para cada bebé), monocoriónica-biamniótica (i.e. uma placenta para ambos os bebés mas estes estão em sacos diferentes), e finalmente monocoriónica-monoamniótica (ou seja, os bebés partilham uma só placenta e um só saco amniótico).
A que tem menor chance de riscos acrescidos é a bi-bi, seguida da mono-bi, seguida da mono-mono, porque nesta última os bebés partilham tudo e um deles pode vir a ser mais alimentado que outro ou de se enrolarem nos cordões um do outro, enquanto que na primeira cada um tem a sua fonte de alimento e o seu casulozinho.
A mulher geralmente ganha muito mais peso e volume, tem que se alimentar melhor (o que é uma chatice porque o estomago fica apertadinho e quando deixamos de ter enjoos passamos a ter azia :P Eu pessoalmente tive dores na zona púbica e sentia dor física ao andar a partir dos 5-6 meses de gestação. Andava à pata choca e para me sentar e levantar era preciso um guindaste e ficar de perna aberta. A minha pele da barriga estriou bastante mas não sei se os cremes teriam resolvido isso. As análises sempre estiveram óptimas e embora haja a noção que há mais risco de diabetes gestacional, isso não se verificou no nosso caso. 
Tivemos o apoio de 2 doulas nesta gravidez, e bem que foi preciso para o meu cérebro "control-freak" delinear o plano A, B e C... 
Cheguei a contactar um enfermeiro parteiro mas o facto de ser uma gravidez gemelar com medicação para trombofilias, tornava o risco de complicações mais elevado do que o profissional estava disposto a correr. E nós concordámos. Cheguei a visitar o Hospital de Setúbal, onde ainda eram permitida a dilatação na piscina, mesmo para gemelares e com a vantagem de terem quartos privados para gémeos, mas em Julho de 2014 suspenderam essa opção de parto... juntei me na altura às Mães D'Água para lutar pelo direito à escolha dessa opção de parto (#umdia...) 
Tive um caso muito peculiar com um Hospital privado onde já tinha sido seguida várias vezes, e em que o Director do serviço se recusou a que me fosse marcada consulta de seguimento (fui lá às 11 semanas e só me responderam às 20 semanas quando fiz uma reclamação)... 
Fui a uma médica de outro Hospital privado, supostamente especialista em partos vaginais de gémeos, que às 26 semanas me disse que era "demasiado tarde" para me começar a seguir... 
Finalmente descontraí e pensei, o que for será... e as/os bebés (decidimos não saber o sexo até ao parto) estavam a crescer fortes, saudaveis e de cabecita para baixo... até às 33 semanas, quando a primeira se sentou... e por mais quiroprata que eu frequentasse, teimava em ficar sentada. Ponderei ir parir a Londres, onde havia profissionais que tinham experiencia em gemelares pélvicos mas nem resposta tive... 
Contactei uma obstetra particular que trabalha em Pt e nem me quis responder ela própria. A secretária disse que ou pagava a consulta e falava com ela ou nada feito. E depois ainda foi comentar a uma amiga minha que era sua cliente que eu "estava com medo e bloqueada emocionalmente". Ah pois estava! Era como um rato à procura da saída do labirinto. E depois? Se a procurei foi para me ajudar... não para me levar 150€ para me dizer que afinal não me podia ajudar.
Às 37 semanas, na consulta de rotina, a médica que substituía a minha que estava de férias, marcou me a cesariana para as 38. Eu recusei. Ela marcou à mesma e disse que assim era melhor caso eu mudasse de ideias entretanto e que se eu não quisesse vir, que ligasse a avisar. Pois eu bem que liguei mas ninguem me atendeu. Faltei à dita cesariana 😅
Mas nessa semana houve greve de enfermeiros e fiquei 8h à espera de um ctg no Hospital Público onde era seguida e os meus pés incharam e eu ja estava farta daquilo. Estava a sentir me a grávida mais infeliz e desgraçada à face da terra.
Liguei a uma amiga que me deu o contacto do Obstetra dela, particular. Liguei para o consultório. Recebeu me nesse mesmo dia, fiz lá o ctg e conversámos francamente por mais de 2h. Alinhou se connosco. Iria respeitar o nosso plano de parto, e o Pai e a Doula poderiam estar comigo. Sendo que estavam sentadas, o plano era esperar até eu entrar em TP para seguir para o hospital e se a primeira ainda estivesse sentada, fazer a cesariana, pois ele nao se sentia preparado para assistir a um parto gemelar pélvico...  acabamos por marcar a cesariana as 38+2 pois o médico tinha uma conferencia na semana seguinte e para termos o parto respeitado prometido teria que ser c ele. Valeu me outro anjo, o Mário, que na altura trabalhava no hospital privado onde decorreu o parto e fez me a caminha toda para o meu plano de parto ser respeitado pela equipa médica ❤





Mackie FL, et al. - The prediction, diagnosis and management of complications in monochorionic twin pregnancies: the OMMIT (Optimal Management of Monochorionic Twins) study.
 BMC, Pregnancy Childbirth. 2017. "Complications include twin-twin transfusion syndrome (TTTS) which affects 10-15% monochorionic twins, and if untreated has a 70-90% perinatal loss rate."

Trial of vaginal delivery for twins- Is it safe? A Single Center Experience.
Sadeh-Mestechkin D, et al. J Matern Fetal Neonatal Med. 2017 "The results support the contemporary practice of TOL for twins at term when the first is in cephalic presentation with no other contraindications."
[TRIAL OF LABOR AFTER CESAREAN IN TWIN GESTATIONS: DOES IT INCREASE MATERNAL OR NEONATAL COMPLICATIONS?]
Diamant H, et al. Harefuah. 2016. " A TOLAC in twin gestation seems to be a safe option for the mother and newborn. Fertility treatment is an independent risk factor for repeated CD in twins."

Obstetrical and perinatal complications of twin pregnancies: is there a link with the type of infertility treatment?
Deltombe-Bodart S, et al. Acta Obstet Gynecol Scand. 2017. "After adjusting for the maternal parameters and chorionicity, the twin pregnancies conceived via assisted reproductive technology were not at an increased risk of obstetric and neonatal complications. Moreover, the type of treatment did not alter the obstetric and neonatal complications. Therefore, the higher complication rate was related to the patient's medical specifics, rather than to the infertility treatment."
The role of maternal age in twin pregnancy outcomes.
McLennan AS, et al. Am J Obstet Gynecol. 2017."Although twin pregnancy is associated with increased risk for most adverse perinatal outcomes, this analysis did not find advanced maternal age to be an additional risk factor for fetal death and infant death. Preterm birth risk was relatively low for women in their late 30s. Risks for adverse outcomes were higher among younger women; further research is indicated to improve outcomes for this demographic group. It may be reasonable to counsel women in their 30s that their age is not a major additional risk factor for adverse obstetric outcomes in the setting of twin pregnancy."
The association between maternal height and pregnancy outcomes in twin gestations.
Tudela F, et al. J Matern Fetal Neonatal Med. 2016 "In twin pregnancies, maternal short stature is not associated with preterm birth, fetal growth restriction or cesarean section rate. This suggests that although anthropometric measurements have long been used to counsel patients in regards to outcomes, patients of short stature should be reassured that their height does not appear to lead to adverse twin pregnancy outcomes."



segunda-feira, 31 de agosto de 2020

6 anos de sarilhos duplos

E não é que o ditado popular é verdadeiro? O tempo passa mesmo a correr...

Ainda "ontem" estava a tremer sentada numa maca a levar uma epidural e a pensar "e se eu correr daqui para fora agora?"... e as rechonchudas das minhas miúdas já fazem 6 anos... 6 anos de desafios, de muitas lágrimas e também sorrisos... elas vieram desafiar todo o meu conceito de maternidade e mostrar que sou muito mais capaz e resiliente do que me sabia.

A minha Inês é uma valentona, quando cai ou vai contra algo nunca se queixa, está sempre pronta para brincadeiras físicas e é a que pior fala (provavelmente devido aos problemas de audição dos últimos anos). Adora Roblox e superar a Rosa em qualquer tarefa que se pense superior. Sempre que pode escapa se às tarefas, geralmente furtivamente mas por vezes ruidosamente, quando reclama vociferar argumentos ocos, de que já fez x, ou de que as outras (irmãs) não estão a fazer, ou de que está cansada, etc. Ja lê rudimentarmente mas esquece se muito das letras se passar alguma tempo sem treinar...

Já a Rosa é a melosa da família, adora atenção e carinhos, se pudesse estaria sempre ao colo e as beijinhos. Fala muito e explica se muito bem. Gosta de estudar e é muito perfeitinha nos seus trabalhos. Soulicho e escupo  são algumas das calinada que dá. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Caçula

A caçula tem quase 2 anos.
Dois anos...
Como é possível?
Ainda mama a pedido, ja dorme no quarto das manas, e já diz muita coisa:
- mamã, papá, Oana, Rosinês (como chama as gémeas), gato, avó, babá, uadice (whats this), água, sumo...
Apanha todas as canções de embalar: e ja as canta de volta.
Twinkle twinkle little star.
Baba black sheep,
Parabéns a você
Seguindo a tradição de família, ainda mama a pedido as suas nham-nhams

domingo, 18 de agosto de 2019

Quase 5 anos de gémeas!

Em celebração de quase 5 anos do nascimento das nossas gémeas arco-íris, os nossos pequenos milagres, hoje fizemos uma cerimónia familiar para honrar o órgão fundamental que as nutriu e ajudou a crescer durante 9 meses.
Só agora, passados quase 5 anos o conseguimos fazer e elas gostaram de ouvir sobre a história da placenta e para que serve. Vimos os cordões, cobrimo-la de flores para que ficasse bonita, perguntaram muita coisa, inclusive porque estavamos a fazer aquilo.

À volta do mundo várias culturas praticam  o enterramento da placenta, estando longe da nossa terra, quisemos que as meninas se lembrem sempre de onde vieram.

O papá cavou o buraco, debaixo de uma de duas árvores de fruto irmãs que crescem lado a lado, para que possam elas também nutrir se desse órgão. As meninas lançaram água para que sejam sempre fluidas, pedras para que tenham sempre solidez, flores para se lembrarem que há sempre beleza em todas as situações e salva para que saibam que a terra nos dá o remédio que precisamos. Elas quiseram deitar também resina que saía da árvore onde a estavamos a enterrar.
Depois ajudaram a tapar o buraco sabendo que podem correr o mundo todo mas que a placenta as trará sempre à sua casa original.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Laura (Laurus nobilis)

Dois anos passaram desde que ouvi o coraçãozinho dela pela primeira vez.
A minha caçulinha moreninha que é a mais franzina de todas as minhas filhas mas muito simpática, esperta e despachada.
Já repete muitas palavras, embora não as use por iniciativa própria. Diz "xim" (sim),  gato, mamã, papá, mamã, aba (água), cocó, xixi, pato (sapato), squichie (ums bonecos moles), piggle (o boneco iggle piggle dela) é de resto é o dialeto dela. Também sabe a versão inglesa de quase todas estas palavras e e percebe se lhe falarmos em inglês
Já pede p ir fazer xixi, e as vezes cocó,  se bem que não consegue (obviamente) controlar o esfíncter mais q 3 segundos para chegar ao penico :) mas gosta de se sentar nele de manhã.
Mama a pedido (pede "nhama-nham") e come muito bem (especialmente quando não sou eu a dar a comida).
Gosta muito de imitar as brincadeiras das manas.
Até já pouco tempo tinha medo do aspirador e do secador de cabelo. Se tivesse q passar por eles a funcionar, parava.
Nos dias bons (em que eu não tenho q andar a correr de um lado p o outro, o que é raro), consigo q durma 45min de manhã e mais 45 de tarde. À noite a rotina agora é deita la na nossa cama e dar lhe de mamar ate estar quase a dormir. Aí ou ela sai da mama por vontade própria ou eu saco lhe o mamilo da boca. Temos um daqueles intercomunicadores com projeção de luzinhas e lullabies, e ligo aquilo. Deixo a a olhar p aquilo com os seus peluches na cama e ela vai passando com eles. Às vezes pede água mas depois saio e digo que já volto. Ela aninha se no berço dela (encostado à minha cama) e acaba por adormecer sozinha. Ainda estamos espantados com isto porque nenhuma das outras foi assim. A Joana sempre adormeceu à mama ate quase aos 3 anos e as gemeas tinha q fazer o mesmo pois se deixasse uma ou ambas acordadas na cama, elas punham se a brincar ou lutar.
Desde os 12 meses que vamos semanalmente às aulas de ama (adaptação ao meio aquatico) e ela gosta muito. Como todas as outras, o único busílis é na hora de nadar por baixo de água,  mas já começa a não detestar.
Não sei se é dela ser calma ou de eu já ter traquejo ou de haver tanta confusão à nossa volta mas é a bebé mais adaptável que tive. Vou c ela p todo o lado (cinema, parques temáticos, parques, hospitais, feiras) e desde que haja mama e colo, está tudo bem.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

12 meses de Laura

REalmente há uma co-relação entre o nº de filhos e nº de posts que conseguimos escrever... inversamente proporcional. LOL
PArece que foi ontem que aqui vim postar o relato de parto dela e puff, já tem 1 ano.
Continua pequenita, com quase 7Kg, mas come muito bem e mama também. Mas como é uma paz de alma dá-me ideia que vai ficando para depois entre todas as miudas e tarefas que temos e damos por nós a pensar se comeu bem...
Já palra muito e a sua palavra preferida é Papá. Também diz mamã, gato,nana, dada, tata. Ri se muito e tem-se em pé ou anda com apoio de uma mão. mas sozinha ainda não criou coragem. Tem 3 dentinhis em cima e 2 em baixo, bate palminhas e aponta. Atira beijinhos com a boca e dá gargalhadinhas quando está contente. Gatinha à velocidade da luz e está sempre a ir à ração dos gatos fazer um snack...

Update: começou a andar com 13 meses ;) 

quinta-feira, 10 de maio de 2018

A melhor coisa desde o pão fatiado

A Laura tem agora 12 semanas.
Parece que ainda ontem a sentia aos pinotes cá dentro e agora tenho 5kg da bebé mais bem disposta, observadora e paciente que já me passou pelas mãos!
Não que as outras não  o fossem, mas nao a este nível e nunca tão novas. Esta sorriu conscientemente desde o primeiro dia e não  parou até agora: olhamos para ela e sorri, falamos com ela e sorri, olha para luzes e sorri... teve as piores colicas das4 entre as 3 e as 8 semanas, chorava a noite toda, nao havia o que a acalmasse, e acreditem que eu tentei! Massagens, reflexologia, saco de água  quente, saco de sementes, arrotar, dar de mamar, homeopatiA, aromaterapia, barriguinha para baixo nos nossos colos, banho quentinho, movimento, ruído branco, gotas para as colicas... a coitada desgrenhava se, só estava bem ao colo e para sestas de 10 minutos.
Passadas as cólicas as noites melhoraram imenso mas ficou o habito de dormir no colo. assim que a pousavamos mesmo q estivesse profundamente a dormir acordava passado alguns minutos.
Na aula de yoga, a prof recomendou que a pusessemos várias vezes ao dia de barriga para baixo. Que isso ajudava com as indisposiçoes da barriga e fortalecia os musculos do pescoço e costas. Ela não gostava muito da posição,  por isso nhnca tinha insistido muito (isso e porque diziam que era mais perigoso para o bebé  pelo risco de asfixia). A professora  disse para irmos tentando e estar sempre ao pé  para evitar problemas. Passado alguns dias ela passou a tolerar a posição  e esta semana experimentei deita la para dormir assim. Ainda acordada, mas já  satisfeita e cansada , tanto de dia como de noite, deito a de barriga para baixo, dou lhe umas palmadinhas no rabiosque e ela passado uns minutos está  a dormir profundamente. Às  vezes se está  muito irrequieta dá  uns punzinhos mas sempre tranquila.
Recomendo!!

segunda-feira, 12 de março de 2018

Relato de Parto da Quarta :)


Desculpem estar em Inglês mas ainda estou a trabalhar na versão em Português :)

Birth Story - Laura (12 Feb'18, 40+3wks, Homebirth After Cesarean) [Sorry it's a bit long]


Our 4th girl – first pregnancy&birth in the UK – came Earthside on the 12th February 2018. It was at the same time an easy and challenging pregnancy. I had been through 2 miscarriages and knew I would probably need to take daily medication in order to prevent losing her. I already had an 8yo and 3yo twins daughters, that in spite being the sweetest, cutest, loving creatures are very demanding on a daily basis. With a husband working long hours and no family around, I could only count on myself and occasionally on a few friends and neighbours to help out in hard times. The first and second trimesters were also very emotionally troubled times for us as a couple as we had to face our darkest hour yet since our 20 year commitment to each other. Putting all of that aside, this was the easiest pregnancy yet: almost no morning sickness, no discomforts until the 3rd trimester and only a nasty cold and an UTI in the middle of it that were inconvenient. The last month my pelvic girdle started to harass me but I tried a local chiropractor that worked wonders on me. 


Since my 2nd trimester I also started Pregnancy Yoga classes locally which were a bliss as they allowed me to have 2h per week to focus on me and my baby and this pregnancy. I especially enjoyed the positive-of-the-week moment, in which we had to share one positive thing that had happened that week. At first this was very hard for me as I was in a really dark place. But it made me look harder and appreciate the positive things that happened and suddenly I found myself saying more than one positive thing each week and not dwelling on the negative ones as much. It was also very important to feel part of a class and having other women around to share exercises, touch and stories. I also started to look into hypnobirthing as I’ve had very positive feedback from friends and thought as I was in a more fragile emotional state than ever before, it would help. And so it did! 

It helped me get more in tune with my body and its tensions and make time and methods to release this stress and unwind. I listened to hypno podcasts and printed and hand decorated some positive affirmations to place around the house.



As I had had a caesarean section 3 years prior with my twins (because twin A was breech and I couldn’t find a health provider that would assist me in a vaginal birth in that situation), this was the first “stone” I had to go around when dealing with consultants in the UK. I was already 38 yo, I had had 2 PPH after my 2 retained miscarriages and was taking blood thinners to carry my pregnancy safely to term. So, when I first expressed my wish to have a homebirth, the midwife I was talking to couldn’t help but laugh. I couldn’t stay on midwifery care alone and was attributed a consultant (a very nice one in fact, although his assistants were the ones that saw me most of the times), and soon I was being told I shouldn’t “risk” a homebirth because of the risk of uterine scar rupture (calculated at around 0,5%). I eventually could, if I could get my consultants approval, go for a birth centre experience, but it wouldn’t be certain I’d get it and even if I could, my daughters wouldn’t be allowed to be there and my husband wouldn’t be allowed to stay the night after the birth, two major factors for me.
As I am part of a childbirth rights association in my home country (and I’m a pregnancy & birth aficionada), I have access to a lot of evidence based information on birth. I knew as I was healthy and had had a previous vaginal birth, that the chances of achieving another one were very high. I researched on blood thinners and found out the dosages I was taking wouldn’t increase the chances of PPH in a physiological delivery, and I did have a previous homebirth with my first so I knew what was coming. 
I contacted several doulas (as I’ve always had them in previous pregnancies) and through them I found out about the NHS Windsor Homebirth Midwifery Team (Wexham Park Hospital), and went to some of their Positive Birth Meetings. I met several team members and listened to the wonderful birth stories shared by newly moms. They said they could help me figure out my options and assist me if it came to be the case.

 I always felt respected and supported in my decisions. Things were presented to me as options, not as rules, which made me feel more in control of the whole process. I continued to listen to consultants state it would be highly unrecommended to go for a home birth, but in the end, it was my choice, and they ended up accepting it. I came to 40 weeks and 2 days, the same gestation day I birthed my eldest, and went to bed knowing that it might happen any time soon. I had put all my affairs in order, my mother had arrived to stay with us and the last baby things I was expecting to arrive had come. My daughters were on half term holidays and my husband would start his parental leave the next day.



The Birth
I woke up that night around 4:30 am (as usual) to go for a wee, and felt somewhat different. I was having Braxton-Hicks surges since 20 weeks pregnant, and more and more frequently in the 3rd trimester, especially at night, when Lady Laura decided to dance around in my belly, but this tightening was different as I could feel it smoothly expanding towards my back. I decided to take one last selfie with my pregnant belly and went back to bed. Around 4:50am I knew that was it. I woke up husband and told him and he timed me: they were coming every 10 minutes. We phoned the midwife (ours was on leave but there is always someone on call) and she told us to keep monitoring and to call her again if there were any worrying signs or when the surges came every 5min. This happened around 9am, one strong and one mild surge at a time. During this time I went to the toilet, took a shower (to see if the contractions eased up or intensified), set up the pool (which husband started to fill up), had the talk with my mum (for her to know that positive reinforcement was ok but to refrain from talking to me during surges: any concerns she had she’d talk to my husband or the midwives). 



I used a bed sheet stuck on a door to hang from in a vertical position, pilates balls to sit and roll around my hips or to lean on to while kneeling on the floor. When the surges came I felt most comfortable leaning forward and rotating my hips. I had lavender and clary sage essential oils to smell, lavender candles lit and my birthing playlist on with tunes I had chosen and listened to during the previous weeks/months. I walked, sang, danced, and husband massaged my back (although this time I preferred smooth touch as I was being able to breathe through the surges and relax the stressed muscles until the surge subsided, and pressure touch seemed to throw me off of it). 

Eventually my girls woke up and came downstairs for breakfast. My eldest massaged me through a couple of surges and they were very curious about the pool and the baby coming. I ate some dates and cashews and drank sips of the famous Naoli Vinaver birthing tea (with chocolate and avocado tree leaves) and felt fine. My husband took them upstairs to my mother that stayed playing with them until I was in the pushing stage. I was losing some blood (a few drops) with each contraction but the midwives told me it was normal.
Around 10:30 am I was having surges every 3 min and I was starting to feel the urge to bear down. The surges were getting more intense and the midwives told us they were on their way, and that I could go in the pool if I wanted to. I decided to wait as I knew that it would bring relief but also efficacy to my surges and things would probably speed up rapidly. Once they arrived, very calmly set their material, they checked my temperature, my blood pressure and the baby’s heartbeat. Everything was fine and I went into the pool. I got to relax for a while as the water allowed me to lie back but soon I was feeling the urge to lean forward. 
Around 11:30 am I was feeling a slight urge to poop and soon after that I was feeling a burning sensation on my perineum… I tried not to freak out but the surges were becoming painful and burning and I asked for the gas&air. They set it up and I used it to breathe through contractions, which felt nice (although I dropped the mouthpiece into the pool several times during the surges!! LOL). At one point I felt like I was losing control of my breathing and the midwives reminded me: “long breaths”. I shouted that I couldn’t do it anymore and heard them say: “you’re doing fine, almost there, well done”. I felt something bulging out and felt it with my hand: it was a soft round thing, probably the bag of waters. Then I went back to “birth-o-land” and started pushing a little bit with each contraction. I was groaning and screaming but it felt impossible to do it without it. It felt strange to wait for the surges to push (as I felt the head go out a little bit and in again), but it allowed me to rest in between them and have more time to stretch without damage to my perineum. Suddenly the head popped out and the following surge the rest of the body. 

I looked down and there she was in the water under me, eyes wide open. I picked her up and held her to my breast. She cried almost immediately and we cuddled in the water. My mother and the girls came down precisely in time to see me catch her and were in total awe!
As I wanted to encapsulate my placenta, but baby had pooped a bit when birthed, the midwives suggested I might want to birth the placenta outside the pool to prevent contamination. I was offered the oxytocin shot for 3rd stage but decided to wait and declined as I wasn't loosing a lot of blood. I sat on my sofa and had a few after surges as I breastfed baby. I squatted down on the floor and birthed a big clot and a few surges later, the whole placenta, 30 min after the birth.
We took a few pictures and then when the cord turned white, we clamped it with a handmade crochet string I had made, and daddy cut it. The midwife examined me and saw a little internal graze that was bleeding and asked me if she could stich me. I agreed and while she was tending to the local anaesthesia, the other one was packing the placenta up for encapsulation. I had a raw placenta fruit smoothie and ate some more dates and cashews. Baby was happily on the breast for another 30 min until they weighed her (3,140kg) and measured her (53cm). She popped a diaper on her and back to my lap she came. The midwives checked my pulse and blood pressure and explained how to give baby the vitamin K orally (we decided to administer it due to her exposure to blood thinners throughout pregnancy). They left around 2 hours after the birth and big sisters had a cuddle with baby.
It was a perfect experience and I wouldn’t have changed a thing… Except maybe having more footage and pictures… there was no one available to cover the birth 


Homebirth isn't just for low risk pregnancies. Risk can be assessed and options may be found in order to allow women the experiences they desire 

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Adaptabilidade

Já passei por aqui várias vezes mas a indisponibilidade de tempo para me sentar e escrever direito (pensando e repensando como gosto de fazer), e a imediatez das redes sociais (who am I kidding, do Facebook) faz com que este blogue esteja perto de uma cidade fantasma que visito para verificar pormenores da evolução da moyinha quando a cabeça me falha (que, diga se de passagem, é já bastantes vezes). Sei que devia estar a fazer o mesmo para as gémeas - e prometo um post mais completo a celebrar o seu segundo aniversário para breve, - e que me vou arrepender amargamente um dia de não o ter feito, mas sinto que estou a viver mais e a relatar menos nesta 2ª maternidade que vale por 3.

E já divaguei.
O que me traz a esta hora insana aqui é a adaptabilidade. MAis concretamente a importÂncia da nossa capacidade de adaptar e de ler a individualidade de cada bebé.
Vamos ser francos, a maternidade de um é cheia de utopias e princípios, mas quando se tem que lidar com dois, e neste caso com mais dois bebés vai (quase) toda a teoria pelo cano... Para mim, duas coisas tornaram-se fundamentais: o estabelecer de uma rotina (não rígida, mas ainda assim, reconhecível) e o não criar muitas expectativas quanto aos objectivos a cumprir em cada dia. Principalmente, levar um dia de cada vez. Não se fez hoje? Amanhã também é dia. Isto foi um excercício muito interessante para aprender a priorizar as tarefas: "Ok, deixa cá ver o que tem MESMO que ser tratado hoje... tudo o resto pode ficar para depois".
E pronto, já divaguei novamente...

O que eu queria mesmo abordar é o tema das noites, a.k.a., amamentação e sono.
Sim, Elas já tÊm quase 2 anos (!!!) e ainda mamam. Geralmente a pedido. Embora eu já lhes diga que não ocasionalmente pois já compreendem e já têm alternativas alimentares e de conforto.
Mas como sempre fizemos co-cama (co-sleeping na mesma cama, i.e. com um berço ou colchão ao lado para aumentar a área útil dormível) elas ainda não dormiam noites completas (i.e., períodos de pelo menos 6h seguidas) - pelo menos uma delas não o fazia, pois a Inês dá-me ideia que já o fez várias vezes e até faria mais não fosse ela acordar com o barulho ou movimento da Rosa.

Gosto muito de lhes dar de mamar e geralmente é-me muito conveniente - ter um lanche e conforto sempre ao pé - mas diga-se de passagem, quando isso interfere com o nosso descanso nocturno, perde a graça muito rapidamente. Tal como com a moyinha, também com as gemeas não tive a sorte de conseguir amamentar a dormir. O primeiro ano porque por mais cansada que eu estivesse, elas acordavam para mamar aos gritos, literalmente, e acordavam-me. depois é muito certa a história das mães estarem mais disponiveis para o contacto durante a noite e as crianças compensam assim a falta de atenção diurna, e também o facto da prolactina ser mais elevada de noite, mas se tiverem dois bebés a acordar pelo menos 2x durante a noite para mamarem ~15-20min... mais a muda da fralda enquanto estão só a mama... façam as contas...
Há praticamente 3 anos que não durmo 6h seguidas (porque também me fartava de acordar com desconfortos durante a gravidez delas), e isso em alguns países já é considerado uma forma de tortura.

Com a Moyinha, iniciei o desmame nocturno por volta dos 22 meses, altura em que ela me deu um MÊS a acordar de hora a hora TODOS os dias. Ela andava cansada, irritada e com olheiras e eu nem se fala mas isso podem ler aqui no blog noutro post. Com estas tentei começar aos 18 meses mas não deu em nada pois o meu marido andava a trabalhar fora, entretanto mudámos de casa e de país. O desmame nocturno faz-se melhor em equipa (porque se for eu a atendê-las quando choram de noite elas exasperam porque não compreendem porque não lhes dou mama) e geralmente deve ser feito em momentos em que o bebé esteja estável e não durante uma adaptação a uma situação nova...
Assim, ainda tentei algumas vezes mas era muito difícil e acabava por ceder. Com o verão e o cansaço das actividades do dia, tornou-se mais fácil elas dormirem melhor de noite. Na época da praia penso que até consegui que dormissem uma noite sem acordarem! Mas depois voltaram ao mesmo: 1 a 2x/noite. Então decidi fazer outra coisa diferente: passá-las para o quarto com a irmã mais velha.

Já com a moyinha (com certeza também está aqui no blogue) ela só mudou para o seu quarto quando quis, que foi por volta dos 2 anos e meio - 3 anos, embora as madrugadas ainda fossem passadas na nossa cama. Mas também notei que depois do desmame nocturno e da passagem para o seu quarto passou a dormir muito melhor...
Nunca pensaria em pô-la no quarto sozinha sem que ela quisesse ou demonstrasse capacidade para o fazer. Já estas pinipons, não tÊm maturidade nenhuma para tal mas, como são duas, e estão no quarto com a mana, não se sentem sozinhas e acham divertido. Tentei isso umas noites durante o verão e correu bem. Agora no final da epoca estival, ao regressarmos a casa, mudei mesmo o berço delas para o quarto da mana. Estupidamente, fi-lo à frente delas e a coisa não correu muito bem. A InÊs ficou muito irritada e desesperada, pois pensava que estavamos a desmanchar a sua cama, embora eu lhe explicasse que era para ela dormir. Depois percebeu que era para o quarto da mana e achou que era para a Joana e continuou no pranto... Só dizia: "Meu! Nené!" Mas depois lá percebeu que era para elas dormirem ali... A primeira noite foi a excitação total que deu azo ao caos... Já estavam cansadas, já era tarde, ainda lhes dei mama mas depois não queriam largar a mama e deitar-se... Fiz massagens nos pés com oleo de coco com OE de alfazema, como de costume, cantei uma canção, acho que até li uma história, mas depois continuavam histéricas. Foram 2h para as adormecer. (Mas quando não estão cansadas, isso é o normal). Na noite seguinte, fiz as rotinas de sono e depois dei mama mas saí do quarto antes de adormecerem e o pai ficou com elas... choraram, guincharam, chamaram por mim... A certa altura não resisti e entrei e embalei a mais sentida - a Inês - até adormecer. Foram 5min com ela no meu colo caladinha mas a soluçar... Não gostei nada daquilo mas o pai tinha insistido. Na noite seguinte decidi fazer as rotinas e dar mama e depois, como continuavam acordadas e a brincar, embora deitadas, decidi sair do quarto discretamente. Levantei-me e elas ficaram com a mana a dar ordens de mãe: deita-te, vou por a musica, vou ligar a luz, vou buscar água para beberem. Mas passados 20minutos estava tudo em silêncio e estava tudo a dormir. Gostava de dizer que foi a noite toda, mas como podem ver pelo post, não foi: acordaram perto das 4h para mamar. Podia dar-lhes um biberon de papa rala mas, a experiência das noites anteriores não foi muito boa: embora gostem da papa de dia, de noite atiram com o biberon para longe. DEi de mamar e deitei-as novamente no berço. A Inês estava acordada e dei-lhe um beijo dizendo que ia só lavar os dentes e já voltava. Ainda demorei um bocadinho na WC e depois ao sair olhei para a porta do quarto delas fechada: "entro ou não entro?" Silêncio no quarto. "Se ela já tiver adormecido, posso acordá-la. Se estiver acordada, vai querer que eu lhe pegue e chorar se eu não o fizer"... "No entanto, se ela estiver acordada e vir que não apareço como lhe prometi, é capaz de começar a chorar também". Criei coragem e abri a porta: cheguei perto do berço e lá estava ela, deitada mas de olhão aberto. Fez um grande sorriso quando me viu! Dei-lhe dois beijos na testa, passei-lhe um boneco que ela atirou para fora do berço e depois outro que prontamente agarrou e nisto deu-me outro sorriso, virou-se para o lado e fechou os olhos. Aconcheguei-a com a manta e beijei-a novamente na testa. E saí, de coração cheio.
Adoro dormir com elas, ouvir a sua respiração, sentir o seu cheiro, o seu calor, mas sei que o desmame nocturno vai ser muito mais fácil com elas a dormir longe do cheiro do meu leitinho.

E a história seria idílica se terminasse aqui, mas passados 10min acordou novamente a Rosa e pediu para mamar...
Keep it real, keep it simple... Vai haver dias (e noites) bons e outros menos bons. Vai haver avanços e retrocessos. Mas nada é mais certo do que o passar do tempo e este tempo também irá passar, mais rápido do que pensamos, e irei ter saudades da altura em que mediam metade de mim e precisavam fundamentalmente mim para o seu conforto...

sábado, 5 de março de 2016

7 anos... Uma vida!

Há 7 anos atrás estávamos nestes preparos: com a minha doula/fotógrafa, a minha parteira vigilante, dois gatos curiosos e um marido entusiasta. As contracções apertavam, mas cada uma me deixava mais próxima de ti, minha filha. E tu chegaste, cheia de vida e de Amor para dar e partilhar.
Nestes 7 anos já aprendi tanto contigo filha... Nem sempre consigo ajudar-te ou perceber-te (especialmente agora, que estás a entrar na idade em que percebes que podes ter a tua opinião e fazer o que bem entenderes sem dar cavaco a ninguém), mas sempre que as situações o exigem, deslumbras-me com a tua perspicácia, a tua percepção das coisas, a tua bondade e persistência.
Continuas como sempre, muito sociável e muito feminina, já consegues ler e fazer contas, e atar os teus sapatos. Não és muito amiga de grandes arrumações e tens uma (ou várias!!) costela do teu pai quando se trata de prioritizar tarefas ou de ser pontual. Nem sempre consigo manter a calma nestes momentos... Pois ser pontual foi das primeiras coisas que os meus pais me incutiram como sendo o mais importante para manter uma postura de pessoa confiante e confiável.
Desde que as tuas irmãs nasceram, nem sempre consigo dar-te a atenção que mereces. E por vezes tu queixas-te disso. Mas ainda assim, enches-te de amor e paciência com elas, brincas com elas, dás-lhes de comer, adormece-las...
Isto tudo para dizer que não sou a mãe que mereces, mas todos os dias tento ser um bocadinho melhor. Que possas estar sempre na minha vida, minha gota de luz num oceano de Amor!