sexta-feira, 31 de julho de 2009

Co-sleeping ou a arte de descansar com um bebé pequeno

Aqui está outro tema controverso: dormir com os nossos filhos na cama ou não?

É seguro?
É cómodo?
É prático?
Quais os riscos?
Quais as vantagens?

Vejam este vídeo:


Eu dormi numa cama de grades até c. dos 4 anos, no quarto dos meus pais (porque na altura não havia quarto disponível). A transição para o meu quarto foi "forçada" e não correu muito bem: alguém tinha que me adormecer todas as noites porque eu tinha medo do escuro e ainda por cima não adormecia com a luz acesa... No entanto, ao fim-de-semana de manhã ou quando tinha pesadelos durante a noite, os meus pais sempre me deixaram entrar para a sua cama.

Dormir com os pais: certo ou errado?
Esta questão é, por si só, um mau ponto de partida. Não há "certos" ou "errados" neste assunto. Cada casal deve fazer aquilo que sente, no seu coração, ser o melhor para si e para o bebé. Fora raros casos, ninguém morreu por dormir com ou sem os pais (digo raros porque há os bebés com SMS - Síndrome de Morte Súbita - que pereceram fora da cama dos pais e os que morreram por esmagamento ou sufocamento na cama dos ditos); mas isto são excepções e não devemos pôr os filhos na cama quando não é isso que sentímos ser o correcto só para evitar a SMS ou não os pôr porque achamos que vamos rebolar para cima deles.

Aconselho a visualização deste panfleto da UNICEF e a leitura do livro Bésame Mucho do pediatra Carlos Gonzaléz (Ed. Pergaminho).

Para nós fez todo o sentido desde o dia zero! A princípio o pai era contra por ter tido muita info contraditória sobre o assunto, mas depois de a moyinha nascer e de ler mais acerca, agora não quer outra coisa... Há casos em que realmente o co-sleeping não é recomendado: obesidade ou cansaço extremo, toma de medicamentos, narcóticos, álcool ou tabagismo de um ou ambos os pais. Sem estes factores de risco, os pais podem com toda a certeza partilhar o seu leito com o seu bebé, tal como acontece desde há milhares de anos nos mamíferos terrestres e no caso particular, nos primatas.

Os bebés nascem com esse instinto: de se agarrarem à mãe, de procurarem o calor e o cheiro do seu corpo (não é à toa que as mamãs que amamentam ficam com um odor corporal mais acentuado), e como o seu sono tem partes profundas e leves, nestas últimas eles sentem o ambiente à sua volta e se não encontram a segurança a que estavam habituados durante os últimos meses da sua vida intra-uterina (calor, aconchego, ruído de fundo, movimento, presença da mãe), despertam e fazem a única coisa que sabem para dizer que estão em perigo e chamar a sua progenitora: chorar!

Verificámos que quando a deixávamos a dormir na alcofa ela tinha sonos muito mais curtos, muito mais leves e muitas vezes acordava aflita (quando acorda ao nosso lado, sorri e brinca). Também constatámos que era mais difícil que adormecesse sozinha que connosco, fosse na cama ou no pano de transporte.

Para mim, como mãe, também havia inúmeras vantagens: ouvi-la/senti-la assim que ela começava a despertar (logo não chegava a chorar) e não precisava de me levantar para dar de mamar durante a noite. O pai também beneficiava de passar mais tempo com ela, visto que durante o dia está a trabalhar...

Embora na sociedade ocidental este costume seja "mal-visto" por supostamente estarmos a criar uma "dependência" nos nossos filhos, em muitos países asiáticos, sul-americanos e africanos esta é a forma dormir que eles sempre conheceram.

"E a habituação?/Até quando?"
Isso não nos preocupa por 2 factores:
1- Achamos que mais depressa uma criança que cresça a sentir-se segura e apoiada tem vontade de explorar e tornar-se independente e quer sair por si para o seu quartinho que uma criança que se sinta insegura e "empurrada" para ser independente. (Depois contamos como foi!)
2- Com certeza, nem que seja quando chegar à adolescência, não há de querer dormir entre os pais!

Obviamente que depende da criança e do casal decidir durante quanto tempo há leito partilhado. Quando houver curiosidade por parte da criança para estar no seu quartinho, com as suas coisas, sabendo que os pais estão mesmo ali ao pé caso ela precise de algo, isso deve ser estimulado. Caso um dos pais não esteja contente com a situação e ache que está na hora de haver uma mudança, pode tentar explicar-se à criança.

Nós dormimos com ela de noite mas de dia tentamos que ela adormeça por si, connosco ou sozinha, noutros locais: no ovo (quando em transporte), na cama dela (no seu quarto), na almofada de amamentação (na sala, na cozinha), no tapete de actividades (adormece de cansaço!)
Esta alternância também ajuda a não criar uma fixação num só local, que nem sempre pode estar disponível.

Quanto à suposta redução de "momentos de intimidade" do casal, devo lembrar que o quarto não é a única divisão da casa e temos tido mais imaginação para aproveitar os tempinhos em que ela está a dormir, o que só tem beneficiado a nossa vida a dois ;)

1 comentário:

Saphira disse...

Querida moya, so agr descobri o teu blog, curiosamente, uns minutos dps de ter estado a falar ctg, lol! Ja tive a ver umas fotos vossas e a tua filha eh como a minha, mt linda e fofinha, lol, gracas a deus!
Eu tb durmo c a minha filhota, e acho espectacular, nem vejo outra forma de amamentar de noite, eu simplesmente sigo o meu instinto e o meu instinto diz-me q isto eh o melhor! O pai tb n se importa e dorme sozinho, pq acredita q eu sei o k eh melhor p ela, e foi ele q decidiu deixar-nos a dormir sozinhas, ele tem medo de rebolar p cima dela, lol! As vzs junto-me um bocadinho a ele qd ela esta a dormir, mas na hora de ela acordar eu ja la tou e passamos a noite juntas, eh mt bom! As mamãs q não o fazem nem sabem o q perdem!
Ate segunda!
Beijinhos