quarta-feira, 15 de julho de 2009

Informação é poder!

Após uma gravidez vivida em pleno e sem grandes percalços, decidimo-nos por ter um parto domiciliar. Porquê?
Podia elaborar uma resposta poética, mas não, foi até uma razão bastante pragmática: porque sentimos que não seriamos respeitados num ambiente hospitalar, sendo que os riscos que adviessem desse desrespeito seriam, a nosso ver, mais danosos que os de um parto em casa.
E sendo brejeira: se foi bom o suficiente para ambas as nossas avós, porque não para nós??
Agora a sério: entregámos o plano de parto (o que é isso?) no hospital onde estávamos a ser seguidos e logo à partida houve narizes a torcer...
Sendo que já tínhamos uma Doula, e que já estávamos a ler muitas coisas sobre o parto, sua fisiologia e processos de instrumentação/medicalização, começámos a perceber que neste momento tão especial, "less is more", por causa do efeito "cascata" de intervenções (uma desencadeia a necessidade de outra).
Percebemos também que não seria num hospital que teríamos as condições para que o nosso parto decorresse com um mínimo de intervenção, pelo que, após reunirmos com uma enfermeira-parteira, nos decidimos pelo parto domiciliar.

Este seria assistido pela dita Enfermeira-Parteira (Enfª Especialista em Saúde Materna e Obstétrica), pela Doula e por quem mais quiséssemos (neste caso, só nós - os pais -, e elas). Perguntámos por todos os cenários possíveis, desde um parto bem sucedido à detecção de problemas mais graves e ficámos com a confiança de que se se suspeitasse de algo, iríamos logo para o hospital, a 5min. de casa. Para mais, a Enfª levava consigo equipamento de monitorização e auxílio.

E finalmente chegou o dia, ou melhor, a noite! Estava preparada mas não pensei que pudesse ser naquele momento ou que fosse tão rápido. Pensei que estaria muitas horas em trabalho de parto e que não iria doer nada. Pois posso dizer que doeu alguma coisa mas foi bastante rápido (4h de parto activo, 9h no total). Isso não me impediu de dançar, beijar o meu marido, cantar, gritar, beber, ir à wc, tomar duche, mudar de posição à-vontade ou dormir (ok, a certa altura impediu! LOL).

Assim, recomendo, a quem puder e conseguir, que esteja o máximo de tempo em casa, relaxada, com o marido, com a Doula e quiçá, com uma parteira: o parto é algo inato em cada mulher e só é preciso acreditar que são capazes. Uma vez bem estabelecido, podem escolher se querem ficar em casa ou partir para o hospital, sendo que isso já é meio caminho andado para um parto rápido e sem complicações.

Depois do parto foi excelente poder estar à minha vontade sem estranhos, ter o tempo que eu quisesse para expulsar a placenta, poder dar imediatamente de mamar e só clampear o cordão quando nós achássemos que era hora (parando de pulsar).

Nessa tarde/noite, dormimos os 3 na mesma cama, exaustos mas juntos, e muito felizes!

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