sexta-feira, 4 de março de 2011

Birras

quando quer um brinquedo, quando quer que a acompanhemos, quando quer falar connosco, quando quer ir para o chão estando ao colo ou vice-versa... Geralmente atira-se para o chão e chora. Tentamos que não chegue a este ponto, mas por vezes é inevitável... Aí tenho que respirar fundo (especialmente se estiver num local estranho) e tento falar calmamente com ela e explicar porque não podemos fazer ou mexer em algo, isto claro, se o pedido for totalmente impossível. Geralmente temos a tendência de dizer logo que "nao" às nossas crianças só porque as podemos "mal-habituar". Eu desde cedo comecei a explicar-lhe as coisas, quer ela percebesse ou não (recomendações de Laura Gutman e Isabelle Filliozat) e volta e meia ela surpreende-me com uma tirada "mamã, estada não! pópós pigosos!" e eu vejo que ela é mesmo uma esponjinha e está atenta a tudo o que dizemos e fazemos. Por isso quando posso, mimo-a, e faço-lhe as vontades. Quando não posso, explico porquê. Há um desagrado, é claro, mas sinto que ela vai assimilando essas aprendizagens.
Outro dia ela pegou num objecto proibido. A minha reacção imediata foi retirar-lho das mãos à força (o que, diga-se de passagem, não costuma resultar bem: ela agarra-o ainda com mais força, guincha, chora e quando finalmente fica sem ele atira-se para o chão onde fica até se cansar de espernear ou chorar). Pedi-lhe que mo desse. Ela olhou desafiante e jocosa para mim e disse "nãaaaaao". Pedi-lhe de novo. "nãaaaao". Expliquei que o objecto se podia partir e ela se podia magoar e por isso gostaria que ela mo desse, por favor (algo que também tenho incentivado que ela diga quando quer alguma coisa). E ela veio ter comigo e deu-mo. Ela queria sentir-se respeitada na sua decisão de reter ou dar o objecto. E ao permitir que ela escolhesse, eu consegui respeitá-la e ser respeitada.

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