Ai meu Jesus Cristinho!
[Achei que era um termo adequado visto estarmos na época Pascal e o próprio Senhor ter nascido num parto não-hospitalar - não posso dizer domiciliar visto que ou foi num estábulo ou numa gruta - e se calhar foi isso que o safou da morte, porque pelos vistos os partos domiciliares matam inocentes... Os dos hospitais nem por isso, certo?... ah... ups, afinal situações inesperadas e incontroláveis ou erro profissional até há em qualquer local!!!]
Reportagem no Jornal da Noite da RTP, minuto 18:30 a 25:00, 1 Abril 2012, (e não, infelizmente não é mentira):
http://www.rtp.pt/play/index.php?tvprog=1103&idpod#/?tvprog%3D1103%26idpod%3D75023%26fbtitle%3DRTP%20Play%20-%20TELEJORNAL%26fbimg%3Dhttp%3A%2F%2Fimg.rtp.pt%2Fmultimedia%2Fscreenshots%2Ftelejornal%2Ftelej_1_20120401.jpg%26fburl%3Dhttp%3A%2F%2Fwww.rtp.pt%2Fplay%2F%3Ftvprog%3D1103%26idpod%3D75023
Mantenho os updates das novidades relativamente ao recente debate sobre o parto em casa (ou diria, entre as competências de enfermeiros vs médicos, de acordo com os comunicados que têm saído).
Sinceramente, agora é que os sorrisos amarelos começam todos a apagar-se e as pessoas se chegam à frente com o que realmente pensam. Esta é a parte podre da questão, em que toda a gente ralha mas ninguém tem razão. Em que o que quer que se diga não vai trazer os bébés mortos de volta ou apagar o sofrimento das famílias (em casa ou no hospital), mas é algo que é preciso tirar da frente para se começar a pensar e trabalhar na solução. ASAP!
Durante a reportagem surgem nºs: 99123 nascimentos hospitalares vs 854 no domicílio (será que incluem todos os que nasceram fora do âmbito hospitalar?). Destes, houve 162 mortes em contexto hospitalar vs 5 em ambiente domiciliar [e destes 5, quantos foram assistidos por profissionais credenciados?]. O que dá, em AMBOS OS CASOS, menos de 1% de mortes no contexto do parto. Para ser mais precisa, 0.16% no contexto hospitalar e 0.59% no contexto do domicílio. [E por favor, Srs. Doutores, parem de comparar os partos domiciliares de hoje com os que se faziam há 50 anos... Hoje em dia os enfermeiros que os assistem têm muito mais formação, informação e tecnologia acessível, pelo que não é possível compará-los ou apelidar o parto domiciliar de "retrocesso" ou "regresso à Idade Média"]. Claro que para quem perdeu um filho ou a mãe desse filho num parto, seja em que local for, estes números são irrelevantes. São números. Não interessam.
Mas se formos ver, não estão assim tão distantes, e quem sabe não melhorariam com algumas SIMPLES ALTERAÇÕES à forma como é tratado o parto no domicílio em Portugal... Se é um direito dos pais escolher o local do parto, se até sai mais barato para o Estado, porque não criar as condições para que ele possa ocorrer em (mais) segurança??? E sem tabus, sem ocultações, sem discriminação. Aceitar que há pessoas para as quais isto faz sentido e mais: criar condições nas próprias instituições para que os casais possam não ter que recorrer ao domicílio por não se sentirem seguros e respeitados no hospital por práticas muitas das vezes desactualizadas e rotineiras!
Querem acabar/reduzir com o parto em casa? Sigam as recomendações da OMS para a assistência ao parto normal, e reduzam o nº de cesarianas dos actuais 33% para os 15% recomendados, criem casas de parto, e vão ver como os os partos em casa passam para metade ou menos...
Nesta troca de setas, em que o parto em casa está a ser o alvo numa guerra que envolve medidas de forças entre 2 classes profissionais, esta "jovem cidadã indefesa" e, pelos vistos "sem senso", deixa mais uma nota relativa a esta questão por parte do Colégio de Pediatria:
https://www.ordemdosmedicos.pt/index.php?lop=conteudo&op=ed3d2c21991e3bef5e069713af9fa6ca&id=7cc532d783a7461f227a5da8ea80bfe1
[posição da Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos sobre Partos no Domicílio que é subscrita pela OM] --> se não fosse é que eu me admirava...
[Achei que era um termo adequado visto estarmos na época Pascal e o próprio Senhor ter nascido num parto não-hospitalar - não posso dizer domiciliar visto que ou foi num estábulo ou numa gruta - e se calhar foi isso que o safou da morte, porque pelos vistos os partos domiciliares matam inocentes... Os dos hospitais nem por isso, certo?... ah... ups, afinal situações inesperadas e incontroláveis ou erro profissional até há em qualquer local!!!]
Reportagem no Jornal da Noite da RTP, minuto 18:30 a 25:00, 1 Abril 2012, (e não, infelizmente não é mentira):
http://www.rtp.pt/play/index.php?tvprog=1103&idpod#/?tvprog%3D1103%26idpod%3D75023%26fbtitle%3DRTP%20Play%20-%20TELEJORNAL%26fbimg%3Dhttp%3A%2F%2Fimg.rtp.pt%2Fmultimedia%2Fscreenshots%2Ftelejornal%2Ftelej_1_20120401.jpg%26fburl%3Dhttp%3A%2F%2Fwww.rtp.pt%2Fplay%2F%3Ftvprog%3D1103%26idpod%3D75023
Mantenho os updates das novidades relativamente ao recente debate sobre o parto em casa (ou diria, entre as competências de enfermeiros vs médicos, de acordo com os comunicados que têm saído).
Sinceramente, agora é que os sorrisos amarelos começam todos a apagar-se e as pessoas se chegam à frente com o que realmente pensam. Esta é a parte podre da questão, em que toda a gente ralha mas ninguém tem razão. Em que o que quer que se diga não vai trazer os bébés mortos de volta ou apagar o sofrimento das famílias (em casa ou no hospital), mas é algo que é preciso tirar da frente para se começar a pensar e trabalhar na solução. ASAP!
Durante a reportagem surgem nºs: 99123 nascimentos hospitalares vs 854 no domicílio (será que incluem todos os que nasceram fora do âmbito hospitalar?). Destes, houve 162 mortes em contexto hospitalar vs 5 em ambiente domiciliar [e destes 5, quantos foram assistidos por profissionais credenciados?]. O que dá, em AMBOS OS CASOS, menos de 1% de mortes no contexto do parto. Para ser mais precisa, 0.16% no contexto hospitalar e 0.59% no contexto do domicílio. [E por favor, Srs. Doutores, parem de comparar os partos domiciliares de hoje com os que se faziam há 50 anos... Hoje em dia os enfermeiros que os assistem têm muito mais formação, informação e tecnologia acessível, pelo que não é possível compará-los ou apelidar o parto domiciliar de "retrocesso" ou "regresso à Idade Média"]. Claro que para quem perdeu um filho ou a mãe desse filho num parto, seja em que local for, estes números são irrelevantes. São números. Não interessam.
Mas se formos ver, não estão assim tão distantes, e quem sabe não melhorariam com algumas SIMPLES ALTERAÇÕES à forma como é tratado o parto no domicílio em Portugal... Se é um direito dos pais escolher o local do parto, se até sai mais barato para o Estado, porque não criar as condições para que ele possa ocorrer em (mais) segurança??? E sem tabus, sem ocultações, sem discriminação. Aceitar que há pessoas para as quais isto faz sentido e mais: criar condições nas próprias instituições para que os casais possam não ter que recorrer ao domicílio por não se sentirem seguros e respeitados no hospital por práticas muitas das vezes desactualizadas e rotineiras!
Querem acabar/reduzir com o parto em casa? Sigam as recomendações da OMS para a assistência ao parto normal, e reduzam o nº de cesarianas dos actuais 33% para os 15% recomendados, criem casas de parto, e vão ver como os os partos em casa passam para metade ou menos...
Nesta troca de setas, em que o parto em casa está a ser o alvo numa guerra que envolve medidas de forças entre 2 classes profissionais, esta "jovem cidadã indefesa" e, pelos vistos "sem senso", deixa mais uma nota relativa a esta questão por parte do Colégio de Pediatria:
https://www.ordemdosmedicos.pt/index.php?lop=conteudo&op=ed3d2c21991e3bef5e069713af9fa6ca&id=7cc532d783a7461f227a5da8ea80bfe1
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