domingo, 24 de junho de 2012

Saber libertar, saber crescer...

Sinto que tenho que melhorar esta parte relativamente à moyinha. Não que eu seja particularmente mãe-galinha (em certos aspectos o pai é muito pior que eu), mas por sinal, penso que ele consegue ser muito mais libertador para ela do que eu. P.e., vamos a um parque e eu deixo que ela experimente tudo mas ele insiste que ela ande nas coisas para os mais velhos e eu fico logo "ó pai, olha que isso ainda não é para ela" e depois de 2 ou 3 tentativas a miúda já corre por ali como se não houvesse amanhã. A mais recente conquista foi na piscina. Ela já anda na natação desde os 7 meses. Sempre adorou água menos mergulhos. Era uma guerra sempre que havia mergulhos envolvidos e nós, obviamente, não insistíamos. Ela havia de lá chegar. As aulas eram com um dos pais e o professor, e na primeira parte deste ano lectivo consistiam numa guerrilha em que ela não queria fazer nenhum dos exercícios e só queria manter-se sentada na borda da piscina ou ao nosso colo, com o nosso desespero ao ver os outros coleguinhas a divertirem-se à brava a saltar para dentro da água e a dar mergulhos etc... Claro que não insistiamos. Por isso quando me disseram que em Setembro ela já iria para a aula sozinha só com outros miúdos e o professor, eu tive 2 reações: indignação porque tinha todo o direito em partilhar aquele momento com ela; e medo, porque como é que ela iria SOZINHA para dentro da água com um estranho e mais 3 ou 4 miúdos quando nem connosco fazia as coisas? Mas principalmente, eu não queria que ela se sentisse obrigada a fazer fosse o que fosse, que é como já vi fazer a um ou dois professores de lá. Tipo, fazes o mergulho quer queiras ou não. Outra preocupação era o rendimento da aula. Porque como só tem 1 prof para cada 3 a 5 miúdos, enquanto o prof dá umas voltinhas com um os outros ficam sentados na borda da piscina sem fazer nada.
Ora devo dar a mão à palmatória. Ontem, por acaso, a moyinha foi fazer uma dessas aulas. O prof é espectacular e a turma era pequenina: era ela e mais 4 miúdos. O pai ficou cá fora e ligou-me todo excitado porque ela estava SOZINHA, DENTRO da ÁGUA, DIVERTIDÍSSIMA, a FAZER TUDO o que os outros faziam! Claro que vesti qualquer coisa e corri para lá. E lá estava ela, olhando de vez em quando para nós, a pôr o polegar para cima e gritar "FIXE" quando acabava de fazer algum dos exercícios. Fartou-se de brincar, estava radiante e não houve uma só birra!
Eu já tinha falado com a prof actual e tinhamos falado em ela continuar em aulas acompanhadas connosco até dezembro e depois ver como se adaptava em Janeiro a aulas sozinha, mas ficou mais que provado que está pronta para ir já em Setembro. Hoje foi fazer outra e a reacção foi idêntica.
Isso faz-me pensar em todas as vezes que eu assumi que ela ia ou não ia gostar ou ia ou não ia ser capaz de fazer algo. No facto de a ter balizado... E como não quero que isso aconteça...
"ah e tal ela ainda não tem necessidade de ir para a escola e estar com outros miúdos"
"ah e tal ela não tem necessidade de ir à praia porque vai ao parque"
e como tal muitas outras frases que oiço sair da minha e de outras bocas quando falamos dos nossos filhos... Eles ensinam-nos tanta coisa... Basta dar-lhes liberdade e ouvi-los :P

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