"As tuas crenças não fazem de ti uma pessoa melhor, é o teu comportamento que faz isso por ti."
Tenho pensado muito nos últimos tempos sobre a tolerância e a intransigência. Sobre o apoio ou a indiferença. Sobre a oferta de ajuda ou a simples falta de consideração.
P.e., se uma mãe tem um problema com a amamentação e vai a um profissional ou amigo/família que não concorda/defende a amamentação; ele aconselha-a a parar ou reduzir a amamentação em vez de lhe perguntar o que é que ela deseja no seu íntimo e de a dirigir para alguém especializado em amamentação. No entanto, se essa mesma mãe for procurar essa ajuda especializada, também já ouvi de casos (na primeira pessoa, inclusivé), em que mesmo depois de toda a informação, a mãe é olhada de lado por querer começar ou terminar o desmame...
É sempre difícil (especialmente quando conhecemos a pessoa), distanciarmo-nos e aceitarmos que aquela mãe é que sabe o que sente no seu íntimo e as verdadeiras razões para continuar ou parar de amamentar. Uma mãe que tenha a informação correcta e o suporte adequado mas que ainda assim não deseja no seu íntimo continuar a amamentação, não o fará. Outra ainda, que seja criticada e apontada por todos à sua volta, se se conseguir abstrair disso e seguir a sua voz interior, continuará, apesar das dificuldades, mesmo que em segredo.
É triste é que tantos apregoem o "direito de decisão informada" mas depois não o respeitem.
Eu própria já senti isso em relação a outras lactantes e hoje percebo "the larger picture"...
No outro dia, na farmácia, fiz um "teste": à minha frente estava um casal novinho e a farmaceutica estava a dizer-lhe para ela tentar dar maminha, depois por o bébé a arrotar e oferecer a outra. A mãe referiu que não conseguia dar da outra, só duma. A farmaceutica disse então para dar só da mama que conseguia, mas mais vezes. Mas o casal insistia que o bébé só estava a chuchar e que queriam mesmo levar o suplemento. Ela encolheu os ombros e foi buscá-lo. Eu aproximei-me e pedi desculpa por me estar a meter mas perguntei se já tinham tentado contactar o SOS Amamentação ou uma CAM. Eles ficaram em silêncio a olhar para mim. Expliquei que era, eu mesma, uma mãe que aleitava e que procurando ajuda especializada poderiam ter a ajuda necessária para continuar a amamentação. Que os podia ajudar a contactar alguém ou dar-lhes os contactos. Ela acabou por dizer que não estava interessada e entretanto a farmaceutica voltou com o suplemento.
Foi a primeira vez que não fiquei angustiada.
Senti-me em paz.
Porque se não tivesse dito nada, teria ficado o dia todo a pensar "e se eu tivesse falado com eles e lhes tivesse dito algo que eles não sabiam e que fizesse a diferença...". Geralmente, fico muito triste com estas situações, e revoltada pela ignorância que reina, e sinto pena pela criança que não terá direito ao que é seu por direito. mas desta vez naõ.
Aceitei. Aceitei que cada um tem que viver o seu karma. Que cada um tem o seu caminho a percorrer e se calhar o deles não é esse.
E respeitei isso.
Então é assim que deve ser o Nirvana.
Tenho pensado muito nos últimos tempos sobre a tolerância e a intransigência. Sobre o apoio ou a indiferença. Sobre a oferta de ajuda ou a simples falta de consideração.
P.e., se uma mãe tem um problema com a amamentação e vai a um profissional ou amigo/família que não concorda/defende a amamentação; ele aconselha-a a parar ou reduzir a amamentação em vez de lhe perguntar o que é que ela deseja no seu íntimo e de a dirigir para alguém especializado em amamentação. No entanto, se essa mesma mãe for procurar essa ajuda especializada, também já ouvi de casos (na primeira pessoa, inclusivé), em que mesmo depois de toda a informação, a mãe é olhada de lado por querer começar ou terminar o desmame...
É sempre difícil (especialmente quando conhecemos a pessoa), distanciarmo-nos e aceitarmos que aquela mãe é que sabe o que sente no seu íntimo e as verdadeiras razões para continuar ou parar de amamentar. Uma mãe que tenha a informação correcta e o suporte adequado mas que ainda assim não deseja no seu íntimo continuar a amamentação, não o fará. Outra ainda, que seja criticada e apontada por todos à sua volta, se se conseguir abstrair disso e seguir a sua voz interior, continuará, apesar das dificuldades, mesmo que em segredo.
É triste é que tantos apregoem o "direito de decisão informada" mas depois não o respeitem.
Eu própria já senti isso em relação a outras lactantes e hoje percebo "the larger picture"...
No outro dia, na farmácia, fiz um "teste": à minha frente estava um casal novinho e a farmaceutica estava a dizer-lhe para ela tentar dar maminha, depois por o bébé a arrotar e oferecer a outra. A mãe referiu que não conseguia dar da outra, só duma. A farmaceutica disse então para dar só da mama que conseguia, mas mais vezes. Mas o casal insistia que o bébé só estava a chuchar e que queriam mesmo levar o suplemento. Ela encolheu os ombros e foi buscá-lo. Eu aproximei-me e pedi desculpa por me estar a meter mas perguntei se já tinham tentado contactar o SOS Amamentação ou uma CAM. Eles ficaram em silêncio a olhar para mim. Expliquei que era, eu mesma, uma mãe que aleitava e que procurando ajuda especializada poderiam ter a ajuda necessária para continuar a amamentação. Que os podia ajudar a contactar alguém ou dar-lhes os contactos. Ela acabou por dizer que não estava interessada e entretanto a farmaceutica voltou com o suplemento.
Foi a primeira vez que não fiquei angustiada.
Senti-me em paz.
Porque se não tivesse dito nada, teria ficado o dia todo a pensar "e se eu tivesse falado com eles e lhes tivesse dito algo que eles não sabiam e que fizesse a diferença...". Geralmente, fico muito triste com estas situações, e revoltada pela ignorância que reina, e sinto pena pela criança que não terá direito ao que é seu por direito. mas desta vez naõ.
Aceitei. Aceitei que cada um tem que viver o seu karma. Que cada um tem o seu caminho a percorrer e se calhar o deles não é esse.
E respeitei isso.
Então é assim que deve ser o Nirvana.
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