segunda-feira, 20 de julho de 2009

relato de parto natural na The Farm (EUA)

As I started to get fully dilated, I was using my whole mind and body to integrate the rushes. Pamela asked how I was doing and a whole continuum flashed through my head ranging from "It hurts!" to "Great!". I said "Great!" and everybody laughed. I saw how it's really free will whether you have fun or not having a baby, and at each point along the way when the rushes got heavier I deliberately decided to have a good time, because I really was grateful to be having a baby after having had a couple of miscarriages.

[parte do relato de Mary sobre o nascimento do seu filho Ernest in Spiritual Midwifery de Ina May Gaskin]

Tradução:
"À medida que comecei a dilatar completamente, usei toda a minha mente e corpo para assimilar as contracções. Pamela [a parteira] perguntou-me como é que eu estava a sentir-me e por momentos passei de pensar "isto dói!" para "óptima!". Disse então: "Óptima!" e toda a gente se riu. Eu tomei consciência de como é o livre arbítrio que faz com que apreciemos ou não parir, e em cada instante do caminho quando as contracções ficavam mais intensas eu decidia deliberadamente que iria passar um bom bocado, porque eu estava realmente grata por estar a ter um bebé depois de ter passado por dois abortos espontâneos."

Decidi partilhar este texto porque me identifico muito com ele: senti o mesmo durante o parto da Joaninha e acho que muitas mulheres passam pelo mesmo (a sensação que já não aguentamos mais, que dói). No entanto o que muitas mulheres não se apercebem é que a atitude que tomamos em relação a essa sensação é que é realmente importante e nos vai ajudar a viver esse momento. O sentimento de gratidão é muito poderoso e faz como que uma "ligação directa" à energia Universal!
Este fragmento de relato faz parte de um livro maravilhoso de uma parteira americana, que vive numa comunidade (The Farm) em que a maioria das mulheres tem os seus filhos de forma natural e que já recebe mamãs que os queiram ter desta forma, assistidas por parteiras, no seu centro de partos.
A meu ver o livro é muito interessante porque contém os relatos na 1ª pessoa de mães e pais que passaram por aquela experiência. A maioria deles foram assistidos apenas por parteiras na comunidade e é muito bonito ver que é preciso muito pouco para que uma mulher saudável com uma gravidez de baixo risco consiga parir o seu bebé de uma forma rápida e simples. Ina May apenas ajuda o casal a aceitar e compreender o processo fisiológico do parto e a desbloquear medos e sentimentos para que o parto ocorra mais facilmente.

Numa era e civilização em que a tecnologia é considerada "essencial" e "indispensável" e que as histórias que mais se difundem são as de partos hospitalares cheios de complicações e intervenções médicas, este livro traz-nos outra visão de como as coisas podem ser.

A dor existe, está lá, mas serve para nos guiar. E a nossa atitude para com ela é que determina se nos faz sofrer ou se apenas passa por nós e segue caminho... Mas isso dá azo a outro post... para breve.

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