quinta-feira, 3 de maio de 2012

Há umas semanas fiquei aborrecida com uma discussão teológica com que fui confrontada. A pessoa em causa tentava convencer-me (pela enésima vez) que a sua religião e prática é que era a verdadeira e todos os outros estavam errados, e daí adviriam consequências maiores para mim e para os meus. Agradeci-lhe genuinamente pela preocupação, e expliquei-lhe que não me revia nessa fé. Acho fantástico que uma pessoa encontre uma filosofia/religião/ideologia com que se identifique e que a faça feliz e em que creia a 100%. Acho bonito que tente a divulgar, pois pode haver quem não conheça e se sinta atraído a saber mais e até juntar-se à causa, conseguindo também assim ser mais feliz e realizado com algo em que nunca sequer sabia que existia. Mas não acho bonito ser desrespeitada nas minhas crenças ou coagida a juntar-me a uma causa na qual não acredito... O assunto passou. 
Em Março fiz análises. Fiquei contente porque os níveis estavam a regressar ao normal, depois do horrendo mês de Janeiro. Aí pensei que podia seguir novamente a minha ideologia mas descurei ouvir o meu corpo. Em Abril, novas análises mostraram um cenário preocupante e voltei a precisar de ajuda. E aí comecei a lembrar-me de todos os sinais que o meu corpo me tinha enviado e que, afinal era eu que não os tinha sabido interpretar...
Aí fiz o paralelismo para a nossa saúde. Por mais que um médico ou terapeuta estude, ninguém é mais qualificado para detectar os sintomas do que o próprio. A questão é que nem sempre se foi ensinado a ouvir, ver, cheirar, saborear, sentir e intuir o próprio corpo e muitos dos sinais de alerta passam-nos completamente ao lado, ou tomamos logo um comprimido para os anular, sem considerar que fazem parte de um esquema de alertas complexo para algo maior... Por isso é bom encontrar um profissional que nos ensine isso (ainda estou à procura) ou que consiga integrar as nossas informações para o nosso tratamento (já tive a sorte de encontrar alguns). Mas o mais importante é sabermos escutar-nos.
O que funciona para uns, pode não funcionar para outros. Não há regras fixas.
É muito bom quando alguém está seguro do que quer e do que é melhor para si. Chateia-me é quando as pessoas acham que sabem o que é melhor para os outros.
Mas se calhar chateia-me porque eu própria também sou assim com as pessoas [estou a tentar não ser, ok?]

Sem comentários: